Anos 90 e um bloco


Todos nós temos uma atividade que nos dá prazer, algo que fazemos com facilidade e gozo, uns pintam, outros cantam, outros escrevem, com mais ou menos regularidade, mas sempre com felicidade. Um escape que nos segura e alimenta a alma e que, nos casos mais "graves", nos garante a sanidade mental. A maioria só o descobre quando já está a chegar à fase mais adulta da sua existência, que nos limita mais fisicamente e nos impele a encontrar uma outra forma de dinamismo. Mas há casos em que trazemos connosco esse vício desde novos, mais adormecido, mas sempre presente. Eu sempre gostei de escrever (e ler), e rabiscava em cadernos que tinha para o efeito, quando ainda não havia tanta tecnologia disponível. Encontrei noutro dia um desses blocos do século passado, com pensamentos que não me recordo de pensar, sentimentos que já não fazia ideia que tinha sentido, como se lesse alguém completamente diferente. Uma experiência muito interessante, que me transportou para os anos 90, no tempo em que achava que certamente o futuro seria aquilo que eu quisesse, e desdenhava nos hipotéticos contratempos que surgissem pelo caminho. Pensei em mostrar às miúdas lá de casa, como curiosidade familiar, mas tornei a fechar o caderno e a colocá-lo naquele buraco escuro, que já não me recordava de ter encontrado para selar tudo aquilo. Não vale a pena ter que refazer toda a imagem maternal construída nestes belos anos de vida familiar. Vamos deixar a Mãe sagrada e excepcional! ;)

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