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40x2 = 80

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Daqui a um mês, aproximadamente, vou entrar nos 40. Para mim, 40 anos têm os pais, os mais velhos, antes de serem velhinhos, como os avós, ou tinham. Ainda no outro dia pensei isto, recordo-me perfeitamente... ou foi há três décadas? Bom, não interessam esses detalhes... A questão está no simbolismo deste aniversário, vou deixar de ser trintona para ser quarentona, e isso significa muito para uma jovem mulher. É o fim da validade como jovem adulto, acabou! Já cá não há a definição de "jovem adulto", agora é "adulto maduro", que vai cair de podre, dependendo do sol direto que apanhe, ou da vida fresca que o conserve mais ou menos tempo. É isso, metade (dentro das estatísticas) já está! 40 anos foi o limite que me impus para deixar de fumar, e estou tão triste, com a perspectiva de já estar quase na fase da vida em que o meu falível corpo já precisa de uma pausa nas agressões dos vícios, isto é, se eu quiser viver mais 40. Ainda estou a considerar os prós e os co

Penso, logo existo

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Estamos na Quaresma, uma ótima altura para pensarmos bem no que temos andado a fazer... Como não festejei quase nada o Carnaval, não tenho grandes arrependimentos recentes, não gosto particularmente de beber, deito-me demasiado cedo para conseguir fazer disparates... Sou uma seca que gosta de puzzles e da cozinha arrumada. E temo que cada vez me aproxime mais de uma eremita, fechada na sua torre a "dar festinhas às plantas"... Tudo o que poderia ser digno de uma bela confissão apenas acontece em rasgos de criatividade que vou escrevendo nos romances amadores que invento. Coisas terríveis, algumas imperdoáveis, outras apenas satisfatórias, que colocariam qualquer padre esgotado. Há nas nossas mentes produtivas tanta matéria prima para uma Quaresma de penitência, que se fossemos todos verdadeiramente honestos com o páraco da zona o pobre homem tinha um colapso. Tentamos no dia a dia ser bons, pacientes, mas o nosso lado negro não nos larga, aliás, completa-nos, e sem ele n

"Amor é fogo que arde sem se ver..."

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A história do dia de São Valentim é bastante mais tétrica que a conotação fofinha de hoje em dia, basta procurarem um pouco e ficam logo desiludidos com o romantismo da época dos romanos, mas é preciso vender flores, peluches e perfumes, por isso, nada de relembrar um padre assassinado de forma horrível para dar o exemplo! Em vez disso, vamos exigir à sociedade moderna e ocidental todo um pacote de comportamentos e presentes que dignifiquem o namoro, mas não um namoro qualquer! Tem de ser um onde o homem se ajoelhe, em público, faça declarações de amor, em público, dê todo um espetáculo de submissão, em público. E quando falamos em público, pode ser em casa, mas devidamente registado em fotos, vídeos, e depois partilhado com o mundo. De que nos serve que o apaixonado nos surpreenda com algo espectacular, se depois ninguém é testemunha disso? Bah! Como querem encontrar as namoradas perfeitas, se querem ser reservados, se guardam as demonstrações de afecto para a esfera privada...

A Felismina já ligou para a Nutribalance!, E você?

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Todos os dias de manhã viajo de carro a ouvir a M80. Não tenho nenhum motivo especial para o fazer, mas confesso que pouco tempo depois de acordar não aguento músicas modernas, nem pseudo-artistas que é suposto gostarmos hoje em dia. Deve ser um sinal de velhice, esta sensibilidade extrema aos estímulos sonoros, a falta de tolerância que me faz ficar irritada ao ouvir MegaHits e afins. 80% das músicas da rádio que ainda aguento são também más, tenho de confessar, mas trazem aquele toque nostálgico da parolice que fez parte da nossa infância/juventude. Hoje dei por mim a trautear de cor e salteado a "Falésia do Amor" dos Santa Maria... e não é que sei o refrão todo? Ainda me fez sorrir, ao lembrar-me dos anos 90, quando não existia nada disto, internet nem telemóveis, e apenas partilhávamos os nossos pensamentos com as paredes do quarto e um ou outro "famoso" dos posters. Isso sim, eram companhias de prestígio... O Kevin Costner, os Take That, o Tom Cruise, tud

Smelly cat

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Ontem fumava o meu cigarro da noite, depois da casa acalmar e a rua estar vazia e silenciosa quando vi mais do que queria. Sentei-me na cadeira da varanda, a aproveitar a calma e sossego, quando fui testemunha de um crime. Sem querer, fui a única pessoa a ver um rapto felino. Não conseguiria dar uma descrição útil para as autoridades, vejo mal ao longe, mas consigo dizer sem grande dificuldade que o criminoso era uma mulher, nova, que andava de fato de treino e cabelo preso a vaguear na rua sem qualquer justificação. Não andava a correr, nem a caminhar, apenas apareceu do nada, chegou-se sorrateiramente perto do gato que comia qualquer coisa do chão e agarrou-o. O bichano não era dela, é um animal com bom aspeto que por vezes aparece nas escadas do meu prédio, sem coleira, mas domesticado, sem medo de humanos. Normalmente sai para a rua e vai à sua vida, sem dar satisfações a ninguém, independente e claramente bem alimentado por alguém. Ontem acabou-se-lhe a boa vida, coitado, f

A Rua Nossa Senhora da Ajuda!

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Lembro-me que quando saiu este filme pensei algum tempo no desconforto que deveria ser para o casal realizador/atriz principal a filmagen de certas cenas. O marido a dizer à mulher "faz assim e faz assado", com o Leonardo di Caprio como colega, o que só por si deixaria qualquer um reticente. Cheguei à conclusão de que deveriam ser pessoas muito profissionais, com capacidades quase robóticas de conseguir colocar as emoções pessoais e íntimas de lado e viver só as emoções fingidas necessárias às personagens. Tive a minha percentagem de dúvida, mas aceitei a estatística e o facto de que a Kate é mesmo uma excelente atriz. Ontem vi pela primeira vez o filme, e no final saiu-me um "Ah... pronto, afinal tinha razão!".... Ela não teve grande dificuldade em viver o personagem e manter-se casada, porque o marido inventou um raio de uma história macabra e doentia que punha qualquer hipotético casal perfeito na merda. É tudo doido, cínico, mentiroso, disfuncional, mas bo

Dia dos Avós

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Não fazia ideia de que hoje era dia dos avós... aliás, como muitos dias de qualquer coisa, só nos apercebemos deles no facebook ou no messenger. Não coloquei nenhuma imagem fofinha na minha página pessoal do FB, porque não tenho nenhuma foto com todos os meus avós, dois deles já não estão cá, e seria tremendamente injusto dizer que gosto mais de uns que de outros. Injusto e falso, porque na verdade, como em outras relações familiares, não tenho preferidos. Se me perguntarem de quem gosto mais, pai ou mãe, qual dos filhos, que avô, que irmão, não posso responder com honestidade, porque não sei. Todos são diferentes, como os meus 4 avós, uns estiveram mais presentes, outros deram efetivamente mais presentes, mas uma coisa foi sempre comum a todos, e o que me deixou saudades, dos que já morreram, e me vai custar nunca mais ter, quando todos já tiverem partido, a forma como conseguem mostrar que gostam de nós, só com o olhar. Há qualquer coisa nos olhos dos avós, que normalmente são