A Rua Nossa Senhora da Ajuda!


Lembro-me que quando saiu este filme pensei algum tempo no desconforto que deveria ser para o casal realizador/atriz principal a filmagen de certas cenas. O marido a dizer à mulher "faz assim e faz assado", com o Leonardo di Caprio como colega, o que só por si deixaria qualquer um reticente. Cheguei à conclusão de que deveriam ser pessoas muito profissionais, com capacidades quase robóticas de conseguir colocar as emoções pessoais e íntimas de lado e viver só as emoções fingidas necessárias às personagens. Tive a minha percentagem de dúvida, mas aceitei a estatística e o facto de que a Kate é mesmo uma excelente atriz.
Ontem vi pela primeira vez o filme, e no final saiu-me um "Ah... pronto, afinal tinha razão!".... Ela não teve grande dificuldade em viver o personagem e manter-se casada, porque o marido inventou um raio de uma história macabra e doentia que punha qualquer hipotético casal perfeito na merda. É tudo doido, cínico, mentiroso, disfuncional, mas bonitos. Detestei o filme, não por estar mal interpretado ou realizado, aí não há falhas, mas aquilo que alguém imaginou como sendo a realidade de um casal. Tétrico, angustiante, dramático e apocalítico, um horror. A destruição da cumplicidade de duas pessoas que se amaram em tempos que culmina com a loucura da mulher de classe média, dona de casa, mãe de dois, grávida de um a fazer o próprio aborto na casa de banho, que a leva à morte. Não há moralidade, nem lição, apenas mau estar. Compreendo que a Kate se tenha separado passado uns tempos, com um marido romântico daqueles... 

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