8 de março



É sempre uma data importante, o Dia da Mulher, por vários motivos. Uns odeiam estes dias especiais dedicados a um tema, outros adoram, outros fartam-se de lucrar com os mesmos. O que é certo é que mesmo controverso, todos falamos sobre ele. Não há mulher que não aproveite este dia para refletir sobre a sua condição, o seu "fado". Todos os anos sinto algo diferente a 8 de Março. Umas vezes apetece-me vomitar em todas as frases feitas e elogios à mulher, outras vezes quero aplaudir heroínas que tornam o facto de ser mulher prestigiante. Não se iludam, ser mulher é tramado. Desde pequenas que vivemos com a sombra da responsabilidade, da dor, da menstruação iminente, e quando crescemos não melhora! Se queremos família temos que nos sujeitar, passar por experiências dolorosas, por emoções devastadoras, por anos sem sono profundo... Quanto mais crescemos, mais aumenta a nossa responsabilidade, somos o mundo dos filhos, as psicólogas da família, o farnel dessa gente toda, a enfermeira de plantão ao serviço de urgência. Somos tudo e mais que possamos imaginar. Mas estranhamente adoramos esta vida de clausura e recolhimento, de entrega ao próximo, e se conseguirmos não desanimar nos períodos mais difíceis, crescemos interiormente de uma tal maneira, que já nem nos lembramos de como poderíamos alguma vez voltar a não ter cobranças ou exigências, sacrifícios e sono.
É uma aparente tragédia, um cenário de tortura, a que cada vez mais as mulheres fogem. Mas só foge quem não deu atenção às aulas de Português! Já dizia o poeta "Quem quer passar além do Bojador, Tem que passar além da dor! Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu."
E com estas palavras animadoras mando a minha amizade para todas as mulheres que se sentem pouco felizes nestas datas. Alegrem-se, os homens têm de fazer a barba todos os dias.... e.... pronto, é isso, mas não deixa de ser chato!



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