Caminhadas e Teologia




As crianças, de uma maneira geral, adoram caminhar com os pais. As minhas gostam, é uma forma de sair de casa, espairecer, e na maioria das vezes, conversar sem pressas. No último fim de semana acordei cedo demais para um domingo, ideal para caminhar antes de almoço. Levei os mais pequenos e o cão, e lá fomos, andar sem destino concreto, reclamando dos passeios feitos para inglês ver, e não para pessoas andarem, tortos, pequenos, com falhas, impossíveis para carrinhos de bebé. A dada altura passa um carro e a Teresa comenta: "olha, vai ali o pai da (...)!", e eu respondo que não me lembrava de quem era a menina, "Aquela que nunca podia festejar o Natal, nem o Carnaval, e nunca levava bolo no dia de anos!", explicou, descrevendo uma criança filha de uma família de Testemunhas de Jeová. "Coitadinha", comentei, eu também só tive Natal a partir dos 12 anos, por causa dessa religião, lamentei. "Que horror!....", diz, "que estupidez!, mas porque é que eles não deixam as crianças festejarem o Natal?", pergunta. "Bem, acreditam que isso é paganismo (rezei para que não me perguntasse o que era isso...), acham errado, e acreditam que só eles é que vão para o Paraíso!, O resto da população mundial vai arder no Inferno!". (A minha filha está habituada ao meu humor, não ficou chocada com a imagem fornecida.) "Bem, então tu vais arder um bocado no Inferno mas depois também tens direito ao Paraíso!", e olha-me satisfeita, como se tivesse descoberto uma forma da mãe ser poupada no juízo final! É mesmo querida esta filha! 

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